quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quem entrará?


Ó da-me mãos limpas,
e um coração puro;
arranca a vaidade,
ensina-me a amar.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Quanto tempo o tempo tem?


Eram todos do meu passado e do meu presente. E eu gostava muito deles. Foi estranho estarmos todos juntos mais uma vez; mas agora cada um possuia a sua própria vida, com outras pessoas ao seu redor; pessoas que provavelmente tomaram nossos lugares na vida de cada um deles, ou que nunca conseguiriam se igualar. Todos juntos outra vez, no mesmo lugar, onde por anos viviam juntos. Todos juntos. Mesmo que uns mais próximos ou mais afastados dos outros, mas todos juntos. E todos sabiam o que se passava com cada um; que bem ou mal, sempre estariam ali.
Anos depois, já nao se tinha mais essa certeza absoluta. Naquele instante, poderíamos estar mais velhos, com mais curvas, mais altos, uns com mais barba, outros mais fortes; quase todos com outra aparência; todos com milhares de histórias pra contar. Naquele instante, onde tudo estava completamente diferente, e onde não havia apenas um como antigamente, mas vários rumos diferentes num mesmo lugar, me pareceu sim, que o hoje era ontem, e que estava em um dia comum do passado; onde aquela cena se repetiria todo dia, mesmo que não com tanta euforia. Todos juntos conversávamos. Senti uma serenidade por poder estar ali naquele momento podendo passar por aquilo e viver novamente aquele sentimento de amizade, amor e união. Aquele sentimento de que nada poderia me abalar pois eles estariam ali comigo. Aquele sentimento que ao mesmo tempo se transformava em saudade presente; eu sabia que a vida real agora era jogada aos leões, que o mais forte sobrevive, que quem menos corre voa, e que aquela base já não estaria ali como sempre esteve, e que teria que ir lutar sozinha. Eles não estariam mais ali, fisicamente, sempre; apenas no meu coração. E já passava por isso. Talvez a vida estivesse sob tanta pressão que me fez enxergar que ali não estavam pessoas, mas pedras preciosas que, se soubessem que são tão preciosas... ah, se soubessem. E como eu sinto falta. E como eu preciso de vocês. A vida não está fácil, e acho que para ninguém. Deus sabe de seus planos para cada um de nós, e nós por livre arbítrio temos que conseguir superar e alcançar o que traçamos para viver. Talvez naquele momento e naquele dia eu tenha me calado. Não por não ter nada a dizer. Mas por não querer largar aquela sensação de que nada poderia acontecer, e que ali eu tinha a certeza do amor. Fiquei calada por saber que aquela felicidade já não existia, e talvez eu tenha transpassado.
Agora eu vejo todo o passado que escrevi pra mim. Não é por nada não, mas fiz um ótimo trabalho... ou talvez, eles foram ótimos na minha vida.


domingo, 8 de maio de 2011

Amor materno.

Donas de casa, executivas, secretárias, professoras, costureiras, recepcionistas, médicas, enfermeiras, cientistas, engenheiras, merendeiras, faxineiras, balconistas, advogadas; Mas todas artistas.
Artistas pela arte de trabalhar e tomar conta de seus filhos para dar a eles o sustento e uma vida melhor do que a que teve. Artistas por muitas vezes serem mãe e pai, e por terem que se impor de tal respeito e confiança para seus filhos de modo que eles jamais caiam em qualquer armadilha do mundo a qual se poderia ser julgado pelo ausência de um pai. Artistas por não possuírem o mesmo sangue que seus filhos correndo nas veias, por superarem o medo da rejeição alheia e por se doarem pelo amor, pois foi no amor que se nasceu o parentesco. Artistas por serem mãe em dobro, nas vezes que a mãe biológica não pode estar presente; seja vovó, titia, madrinha...
Artistas por aceitarem o amor e fazer deste sentimento tamanha arte jamais igualada, que propaga e induz à todos os que o tem, a sentirem no mais íntimo de seus corações que: " A minha mãe é a melhor mãe do mundo!"

Feliz dia das mães à todas vocês que transbordam de amor seus filhos, e também aquelas que amam mas não conseguem demonstrar. Vocês são mães, e tem sob responsabilidade não somente garantir a saúde e sustento de seus filhos, mas garantir o caráter, garantir cidadãos de bem. Garantir que no futuro, o mundo será melhor do que o de hoje, pois seus filhos, que vocês criaram, estarão lá.
Parabéns mães!


E um feliz dia das mães especial pra minha mãe, que é claro, é a melhor mãe do mundo :)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A velha novidade.


O ano havia acabado de começar, e dessa vez ela havia começado meio perdida; mas desejando que o ano que começaria viesse cheio de paz. Os dias foram seguindo seu curso natural, noites e dias praticamente iguais. Ela possuia uma família pequena, uma carreira iniciando e um alguém para dividir sua vida.
Certo dia, numa manhã comum de trabalho no escritório, ela recebeu um telefonema que mudaria sua vida. Na verdade um projeto antigo que começara quando adolescente, uma coisa que ela realmente gostava de fazer, relembrando um período onde não havia problemas em viver como se quisesse viver; ou pelo menos, numa época onde ela não se importava com a opnião alheia, mas apenas em ser feliz. Ela gostava de escrever. Desde criança escrevia sobre tudo; poemas, crônicas, críticas e dissertações. Sentia na escrita um espelho de várias vidas, onde em cada história amadurecia com as epifanias de seus próprios personagens.
Ao finalizar a ligação, ficou sem palavras. Não era nada de tão grandioso, porém foi um sonho de criança que se tornou realidade. Recebeu a proposta de publicar uma grandiosa história em forma de livro, onde seria divulgado por todo o mundo. Era um sonho adormecido. Ela sorriu e então, lembrou de um tempo onde convivia com apenas a pureza; um tempo onde todos os seus personagens sempre realizavam seus sonhos ao fim da história, simplismente por ser uma história dela. Após sua momentânea felicidade, voltou à realidade e começou a refletir. Ela possuia uma carreira na administração, mesmo que de pouco tempo. E ela também teria que passar um bom tempo longe de seu namorado. Após alguns minutos ligou para ele e combinaram de se encontrar em um café próximo, dali à quinze minutos.
Ao chegar, ele já estava lá. Com um olhar diferente, que não se via há muito tempo, ela disse que tinha uma novidade. Ele aguardou intrigado. Ela contou. Ele não mudou de expressão.
Ela não entendeu. Porque ele não havia ficado feliz? Se conheciam há muito tempo, e ele sabia que esta oportunidade era uma coisa que ela sempre quis. Ela esperava apoio, esperava incentivo; esperava nem que fosse apenas um leve sorriso. Mas ele não gostou. Logo perguntou o que aconteceria com eles. Ela viajaria o tempo todo, como as coisas entre eles ficariam. Levantou, jogou o dinheiro do café na mesa e se foi.
Ela se sentiu horrível. Apenas esperava cumplicidade. E ficou sem saber o que fazer. Embora fosse o almejo de sua vida, estavam em jogo sua vida profissional e sua vida pessoal. Ela o amava por eles se darem bem. E assim aceitava conviver com esse 'amor'.
Foi para casa. Chorou. E chorou mais. Ao mesmo tempo que atingiu uma alegria extrema, caiu direto na mais profunda tristeza. E uma indecisão sem fim. Como saber a resposta para uma decisão difícil?
Os dias passaram e a editora precisaria de uma resposta em breve. Ele não ligou desde então. Ela decidiu ir a pé para o trabalho, para espairecer. Foi quando viu, em um outdoor uma mensagem que dizia: "O amor se aceita. O amor respeita. O amor supera. Até quando o tempo não espera. Ele dura quando verdade e mesmo na distância supera a saudade. O amor é gêmeo da felicidade." Era uma propaganda de dia dos namorados. Mas aquelas poucas palavras a fizeram refletir. Aquilo que ela chamava de amor não a aceitava. E se não respeitou sua própria felicidade, não a respeitava. Aquele amor não superaria algumas viagens. Aquele amor não esperaria. Por mais que fosse um simples anúncio ela se perguntou durante algumas horas se aquilo era mesmo amor, e se valeria apena escolher por esse alguém que, ela acabara de perceber... não a amava de verdade.
Chegou ao prédio do escritório, foi de escada até o quarto andar, onde o mesmo se localizava. Sentou, abriu seu e-mail, o respondeu afirmativamente. Foi para casa, arrumou suas malas e no dia seguinte partiu.
Aprendeu a escolher, e por mais que tenha doído e tenha escolhido por um caminho desconhecido, ela foi. Sua escrita sempre foi tudo o que ela é. Ela partiu. A partir daquele dia, conheceu o novo, conheceu a alegria; mas principalmente conheceu o respeito.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Big Brother Brasil


Mais uma edição de um programa que, de um jeito ou de outro, afeta quase todo mundo. Pessoas que verdadeiramente se envolvem com o 'show da realidade' mandando vídeos, exibindo suas maiores qualidades, para que possam ser escolhidos, como por uma força maior, que decide que pessoa é melhor que a outra, qualificando-as pelas superficialidades que conseguem captar. Ao escolher determinadas pessoas, esta "força" denominada rede globo de televisão as uni em um confinamento, manipulando métodos para que se aflorem as verdadeiras características de cada jogador; sejam elas boas ou ruins. De um estranho (e para mim incompreensível) modo, o resto do país que os assiste acaba escolhendo quem é melhor ou pior, brincando um pouco de Deus, sobre o futuro de cada um. Mas o mais espetacular ao meu ver, é que, primeiramente todos se atentam às características físicas dos jogadores, como os mais belos, os mais sarados, os gordinhos, baixinhos ou feinhos. Após algum tempo, os telespectadores que nem ao menos estão convivendo com os confinados, se envolvem de tal forma que esquecem todo o estereótipo, e passam a julgar as pessoas pelas características verdadeiras (ou que ao menos são editadas para aparecer no programa). É incrível ver como um programa de televisão tão julgado, pois para uns não se pode deixar de ver cada capítulo e se envolver emocionalmente é inevitável, e para outros é inadmissível ligar neste programa, pois é para pessoas estúpidas que não veem a manipulação suposta da emissora. É incrível ver como este programa demostra uma das coisas mais importantes da vida, que passa quase que absolutamente desapercebido; o big brother demonstra que, embora as pessoas se gostem pelo seu exterior, todas elas, sejam jogadores ou telespectadores, passam a conviver e julgar uns aos outros pela personalidade, pelo que há interiormente.

A beleza ou a feiura são absolutamente exterminadas de acordo com o olhar da alma.
Começa hoje. Vai assistir?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010


Desespero de vestibular, prova discursiva da UFRJ, festa de formatura do ICBEU, passar no CEFET, entrar para a faculdade, atravessar ruas, rios, mares e cidades para chegar à aula, passar pelo trote da biotecnologia, se apaixonar por biotecnologia, passar na UERJ, no mesmo dia passar na UFRJ, ter uma dúvida interminável se largaria a biotecnologia pela biomedicina, trancar a biotecnologia, entrar para a UFRJ, passar pelo trote da biomedicina, passar para a UFF, me identificar com pessoas parecidas comigo na faculdade e com pessoas completamente opostas, fazer novos amigos, manter as antigas amizades, começar a namorar, levar três horas e meia para chegar em casa ao invés dos meus antigos dez minutos, superar barreiras pessoais e emocionais, ficar enjoada para ir pra faculdade, superar o enjoo da viagem, aprender a ler no ônibus sem ficar enjoada, melhorar minhas condições circulatórias, continuar sedentária, não ter férias de julho, repetir cálculo, ir para o segundo período na faculdade, estagiar em glicobiologia, se sentir excluída, conhecer pessoas influentes, saber que vai ter gente querendo puxar o seu tapete, ver a 'sonserina' no olhar de algumas pessoas e também a pureza, me enganar com algumas pessoas, fazer um ano de banda, ir a minha primeira festa de fim de ano do "trabalho", entender o que sempre me disseram sobre a faculdade ser mil vezes mais complicada que a escola, demorar para entrar de férias, conseguir um estágio no hospital, demolirem parte do hospital, sentir um aperto no coração por isso, ir para o terceiro período, deixar de ser caloura e virar VETERANA, ver sua amiga que veio de Brasília, se reunir com os amigos, viajar com o namorado & família, pensar que não vai conseguir lidar com certas pessoas e se sair muito bem nisso, ter saudades de alguns, saber que tempo não é barreira.
Resumindo, foi basicamente isso.

Ano badalado, ano corrido, ano de mudanças! Obrigada 2010. Que 2011 seja um ano abençoado e cheio de luz :)

Feliz 2011!