terça-feira, 22 de setembro de 2009

Primavera de Praga


Não sinto como se todas as mudanças até agora tenham sido boas; muito pelo contrário. Talvez tenha pensado demais, reavaliado demais. Talvez tenha visto demais; talvez tenha recaído sobre minha própria intolerância. Talvez tenha entendido que quase nada disso me faz bem. Talvez esteja presa na minha própria teia de abominações. Talvez eu não saiba como lidar com tudo que está ao meu redor. Talvez eu não saiba lidar nem comigo mesma.
Acho que me perdi no tempo. Abri as portas do universo paralelo o qual mal posso sair. As vezes penso que os ponteiros do relógio pararam, mas lá fora, eles estão a mil por hora. Toda aquela graça que me fazia feliz se apresenta como numa retrospectiva, que se mostra atual, mas em outros.
Quando se é protagonista da própria história, tem-se a chance de mudar o próprio roteiro.
Como eu queria que a primavera, que começa hoje, viesse com os ideais como os daqueles que tentaram acabar com o despotismo de seu país, desestalinizar e começar com grandes mudanças.

E se eu conseguisse expirar, tudo o que tenho pra falar, não sairia daqui.
Aos leitores, desculpem-me pelo péssimo post.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Onde se esconde essa tal de felicidade?


Há muito tempo me pergunto o conceito de muitas coisas; do que é viver, do que é amar, do que é que se trata quando se fala em felicidade. Concomitantemente ao último dos conceitos incessantemente procurados, vem-se os ideais, os objetivos, os popularmente chamados sonhos. Devido ou não ao contexto vivido pela sociedade atual, a predominância dos objetivos perseguidos são os 'sonhos' de consumo. Seja por um belo carro ou uma exuberante casa na ponta da areia, a felicidade só parece existir como consequência da realização dos mesmos. Como se tivesse que esperar a vida inteira para que ela chegasse.
Felicidade. Quanto mais a persegue, mais ela parecia fugir. Quanto mais a esquece, mais ela faz questão de aparecer. No final, ela sempre se faz nas coisas mais simples, naquilo em que talvez você nem esperasse nada, nem desse valor.
Pensando nisso, o que move a cada um ter desejos cada vez mais fortes por bens materiais e cosumismo desenfreado, como se fosse a única forma de ser feliz? Cria-se então um perfeito paradoxo entre seres humanos e felicidade. Imagine então se um não tivesse sido feito para o outro...
Terminaria o texto, mas lembrei-me de algo passado que por fim não entendendo. Algumas pessoas buscam (e afirmam) a felicidade em coisas prejudiciais a elas mesmas. Longe de mim fugir à subjetividade, porém pegarei como exemplo um fato ocorrido esses dias. Para completar uma confraternização entre amigos que estava a ser realizada, levou-se bebida alcoólica. Não fiz parte pois não bebo, porém possuía ingresso na primeira fila para assistir tal espetáculo. Resumindo e apresentando resultados, muitas pessoas passando muito mal. Estar bem não é par do Estar feliz? Sinceramente e, que os leitores me perdoem pelas palavras, mas creio que buscar o mal para si mesmo não é buscar felicidade, e sim masoquismo.
Neste mesmo dia, ao entardecer, acompanhei o por-do-sol até desaparecer no infinito arbóreo do lugar. Podia-se sentir a paz da natureza que se refletia em total paz de espírito. Recoberta por um infinidade de pensamentos, uma infinidade de sentimentos, pude sentir. Ali estava a tal da felicidade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Gira, gira mundo


E ainda ouço aquela voz que ao fundo diz: "Nem sempre as coisas são do jeito que você quer". E, é verdade. Mil acasos me fizeram enxergar que eu não posso mudar tudo o que não me agrada. Nem todas as coisas estão ao meu alcance. Meus olhos já não enxergam como antes. As cores; as coisas; a vida. Não sei se me prendi demais a tentar esquecer tudo aquilo que não é meu foco. Não sei se me perdi em meio às transformações do mundo, das pessoas, e principalmente, de mim mesma. Já não sei; não sei nem mais do que eu sei. Confessando um perfeccionismo abrupto, de fato, sempre busquei endireitar, consertar, ajeitar. A tudo aquilo que fora me deixando de mãos atadas, acabaram no depósito interno, o cone que armazena tudo aquilo que me incapacita, me enfraquece, me corrói. E como aprendi, não se pode adicionar uma metragem cúbica maior que a capacidade do sólido.
Sentiam, as pessoas sentiam. Ao meu redor sentiam que se passava algo. Eu nunca quis transparecer nada. Nunca quis. Escolheria nunca preocupar os outros. Não me sinto, não me vejo no direito de ficar mal com todas as coisas que estão acontecendo no mundo atual. Pessoas passando fome, sofrendo com guerras, afundando em crise. Só queria que meu silêncio durante todo esse tempo fosse compreendido.
As vezes é preciso ver, sentimentos não são como rosas secas.
Ah, é claro, a todos, me desculpem pela distância.