sábado, 10 de julho de 2010

Barco a vela, que se abandona.


Um barco velejando noite e dia, noite e dia
Um barco velejando dias e meses, dias e meses
Um barco velejando meses e anos, meses e anos
O vento sempre soprando sua vela para um horizonte distante.
E quanto mais distante estava, mais se via perto de seu ponto de partida.
O vento parou de decidir sobre o rumo do barco, e deixou-o apenas à vontade da maré.
E a maré ia para frente e para trás. Para frente e para trás.
Quando a maré o levava muito a frente, quando parecia que ia finalmente chegar,
O vento se manifestava, mesmo que esta nem fosse sua vontade; sem querer soprava as ondas; e o barco ia para trás.
Depois de muito tempo, o barco se cansou. Viajou por tanto tempo, que acabou esquecendo de si mesmo. Olhou suas velas, já rasgadas; viu sua proa com a madeira já gasta; e viu algo surpreendente, que não sabia para o que servia: Viu que possuia um leme.
Ao conduzir o leme, percebeu que mudava de direção e sentido Mesmo que a maré o levasse para outro lado e mesmo que o vento soprasse forte, ele conseguia ir aonde queria.
Tomou sua vontade e foi pela primeira vez para onde quis. Depois de tanto navegar, avistou um lugar onde pareceu importante, um lugar que pareceu confiável para ele, um lugar onde ele finalmente poderia descansar depois de tanto tempo;
O barco encontrou seu porto-seguro.